Que futuro para o Haiti?
O Haiti é um país muito brilhante com uma grande
variedade de recursos naturais, artes e uma cultura diversificada.
Infelizmente, o Haiti não é conhecido por essas características, mas sim pela
pobreza que as mídias do mundo insistentemente fazem questão de divulgar. O que
é absolutamente falso.
Segundo as últimas descobertas feitas, o Haiti é o
país mais rico do mundo em irídio e com grandes reservas de petróleo.
Infelizmente, o Haiti não pode extrair essas riquezas. É sempre o outro, como
era no início, que se beneficia dessas riquezas.
Cada país com seus próprios problemas. Haiti como um
país, também tem os seus. A raiz profunda desses problemas é sócio-política,
estrutural e imperialista, justificada por interesses. Esses problemas são
agravados pelo maldito e devastador terremoto de 12 de janeiro de 2010.
O Haiti sempre foi lugar de interesses: políticos,
econômicos e estratégicos. Além de ser um lugar de interesses, é privado de sua
autonomia política e econômica. As decisões sempre vêm do exterior. Há sempre
justificativas ideológicas. Isto não é uma forma de opressão moderna?
Haiti, todo ao longo de sua história democrática, tem
trazido uma freqüente instabilidade política e crises repetidas, que nunca
parecem ser resolvidas. A Comunidade
Internacional se vê sempre no "vai e vem" em tentativa de ajudar a
resolver as crises. Quando uma crise está resolvida, surgem outras. Pode-se
perguntar: será que há algum interesse por trás dessas crises?
Em 2004, ano celebrativo do bicentenário, foi
provocado pela saída forçada no poder, o ex-padre salesiano Dr. Jean-Bertrand
Aristide. E logo, Haiti se vê ocupado militarmente pela ONU, chefiado pelo
Brasil. Assim, o mar, a terra e o céu do Haiti, todos ocupados militarmente. O
que é isso? Isso não é uma ocupação
militar que permanece até hoje?
Que futuro para
Haiti com um povo que sofre? Um país que passa por tantas dificuldades
políticas e tragédias; dominação e exploração. Por falar de tragédias, entre as
que já aconteceram no Haiti, a mais violenta, foi a do 12 de janeiro de 2010,
marcada pelo terrível terremoto, causando milhões de vítimas deixando suas
eternas marcas que agravaram a situação
do país e dos haitianos. Assim, milhões saíram em busca de abrigos. Um dos
lugares que muitos deles se encontraram, é no Brasil, sendo São Paulo, o lugar
do sonho deles.
Dois anos após terremoto, o que tem feito? Nem sei. O que sei é que se escuta pela TV
quanto no rádio certas doações em milhão e bilhão, destinadas a Haiti para a
sua recuperação. Sendo assim, no Haiti, dinheiro não falta, porém o que falta é
a vontade, tanto Nacional como Internacional. Diante desse contexto, penso: enquanto
os políticos haitianos, sendo muitos deles os verdadeiros problemas do país,
não se entenderem, o Haiti não será reconstruído. Reconstruir o Haiti não é só reconstruir
as casas afetadas. Mas sim, vida para todos, começando pela base, onde a
dignidade humana seja respeitada. Onde não haverá desigualdade social e lutas
sociais. Onde haverá uma estabilidade política, etc. Desse modo, podemos dizer
que Haiti está sendo reconstruído.
Enfim, futuro para Haiti, tem. Basta uma libertação
política e econômica. Isto significa que Haiti tomará conta de sua autonomia
política, e, além disso, serão necessárias, a reconciliação nacional e a
ativação do Exército para manter o controle sobre o território nacional. E, por
fim, uma infra-estrutura bem equilibrada, onde haverá ordem, disciplina e
princípios estabelecidos. O futuro do Haiti, pois, depende de cada haitiano e
os homens de bons corações do planeta. O forte ajudando o fraco, é assim, pois,
que construiremos a humanidade, o jardim de Deus.
A esperança de um povo nunca se acaba.
Apesar de dores e de sofrimentos, a esperança não se perde. Assim, o povo
haitiano vive mantendo sua esperança em alguém que possa libertá-lo dessa
estrutura sócio-política e econômica, vista como pecado social que gera
sofrimento.
Pierre Dieucel
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