Pierre Dieucel
Haiti lágrimas e esperanças
Haiti
est un peuple qui souffre, pleure, rit, chante et qui danse en même temps
(Paroles d´un poète haitien).
Haiti
é um povo que sofre, chora, ri, canta e que dança ao mesmo tempo (Palavras de
um poeta haitiano).
Por
trás dessas palavras, o que está em jogo é toda a realidade presente no país
caribenho. Como realidade mais marcante, notamos a eterna instabilidade
política com crises repetidas presentes no país. Além disso, recentemente o
país veio sofrendo um devastador terremoto que acabou com a vida de milhões de
pessoas e outros danos materiais. E mais ainda, como se não bastasse, uma
epidemia atacou os mais pobres do país, acrescendo ainda mais vítimas. Essas e
outras coisas fazem com que digamos: Haiti é um povo que sofre, chora, ri,
canta e que dança ao mesmo tempo.
O
problema do Haiti, como sempre tenho repetido, não é nada mais do que um
problema político-social, no qual derivam os vários problemas existentes no
país, agravados pelo maldito terremoto.
Os principais responsáveis do empobrecimento do Haiti são alguns políticos do
país e o grande interesse do imperialismo. Infelizmente, muita gente não se dá
conta desses problemas escondidos. Dito isso, a solução desses problemas
escondidos deve ser buscada ou resolvida a partir dos haitianos que exercem a
política no país. Basta uma conscientização tanto no território nacional como
internacional! Infelizmente fecham os olhos à realidade.
Devido
a esses problemas, sobretudo, ao devastador terremoto, muitas das vítimas
chegaram ao Brasil, ao “país do rei Pelé”, desejando recomeçar a vida. São
vistos como: Os Novos Rostos Da Imigração Para o Brasil. Ou seja, a recente
comunidade haitiana no Brasil, vista como primeira imigração haitiana chegando
ao país. O Brasil desde início de sua história costumado a acolher imigrantes.
São estes (os imigrantes), e outros vindos de diferentes estados do país,
sobretudo os nordestinos (do Nordeste), que construíram o Brasil. Assim, Brasil
é um país que está sendo cada vez mais construído por migrantes, e também dando
espaço cada vez mais a estes.
Agora
Brasil conta com a recém pequena comunidade haitiana para participar no
processo do desenvolvimento do país.
Qual
será o futuro desses homens e mulheres imigrantes haitianos no Brasil?
Uma
história a seguir!
Hoje,
a onda migratória haitiana para o Brasil enfraquece, para não dizer que acabou.
Só que eles, os migrantes haitianos, procuram as grandes cidades, tal como São
Paulo para que possam ter acesso a um melhor trabalho e um melhor salário. Que
Deus abençoe esta pátria de migrantes e imigrantes, “terra que lhes dá o pão”,
na digna luta por sobrevivência!
Palavras
de um migrante haitiano:
Saí do Haiti sem saber em que país
que eu queria atingir. Só estava deixando que o avião e o vento me levassem. No
avião, veio-me na cabeça “Guiana Francesa”. Acabei desistindo. Em Tabatinga,
passei tantas decepções e humilhações na minha vida que até chorei. Todo o dinheiro que eu tinha, foi
no aluguel de casa, lá em Tabatinga. Para ganhar moedinhas, eu fui obrigado a
vender coisinhas. Então, antes de receber meu documento, o protocolo, que
demorou quase três meses, o vento continuou me levando até chegar à capital amazonense, Manaus. Lá, eu
fui acolhido. Deram-me de comer e lugar para dormir. Eu tinha muito medo quando
vi muita gente dormindo na rua, em pleno frio. Porque eu tinha medo de dormir assim
num país que eu ainda não conhecia. Graças a Deus e a Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, Padroeira do Haiti, que continuam estando comigo, não acabei ficando
nenhum dia na rua. Andei pelas ruas à procura de serviços. A partir daí eu comecei a sonhar com a vida.
Mas não consegui me esquecer das calamidades que passei no meu paraíso Haiti
destruído. Até agora, o meu coração está em luto. Ninguém de nós conseguirá
esquecer aquela tarde do 12 de janeiro de 2010 (Depoimento recolhido por Pierre Dieucel).
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