Os autores que escreveram ou colecionaram os escritos do Antigo Testamento não nos transmitiram seus nomes. Por isso hoje alguns deles são designados com nomes especiais.
Um dos narradores mais antigos e mais importantes recebe o nome de “o javista”. Foi contemporâneo dos reis Davi e Salomão e escreveu em Jerusalém, ao redor do ano 950 a. C. Recolheu textos orais e escritos transmitidos por tradição e compôs com eles seus relatos. Sua nota característica é: emprega sempre e palavra Iahveh como nome de Deus; por isso ele é designado como “o javista”. O maior empenho do javista está em fazer que todos os integrantes do reino israelita creiam em Iahveh como o púnico Deus verdadeiro. Graças a esta fé, todos os homens e todos os povos devem chegar ao conhecimento de Deus.
O segundo narrador é chamado de “o eloísta”, porque designa a Deus com o nome de Elohim. Este narrador escreve sobre as Tradições da história de Deus entre os séculos IX e VIII a. C. Viveu no reino do norte, quando a fé no Deus de Israel estava ameaçada pelas influências estrangeiras. A religião de Canaã estava tendo adeptos na corte do rei e no povo. Por isso o eloísta exorta constantemente à obediência ao Deus de Israel. Considera o tempo que lhe tocou a viver como uma época de prova e de purificação.
Ao redor do ano 550 ª. C., alguns sacerdotes reuniram as tradições de sua época. Seus textos compõem uma coleção que se chama “escrito sacerdotal”. Os textos sacerdotes escrevem no período do exílio, um tempo no qual Israel deixa de existir como estado: desaparece a monarquia, os chefes do povo são deportados à Babilônia e o templo de Deus é destruído.
Quando tudo está perdido, os sacerdotes intentam criar uma nova ordem, iniciando pelo culto. Esperam que o povo de Israel encontre a paz e a salvação por este caminho. Confiam na fidelidade divina e exortam os homens a corresponder-lhe, sendo, por sua vez, fiéis a Deus.
A partir do século VII ª. C., aparece a obra histórica do Deuteronômio. Os autores desta coleção narram a história da apostasia de seu povo. Os ataques dos inimigos e o exílio são um castigo que Deus envia a Israel por ter-se afastado d´Ele. Os autores do escrito exortam os israelitas à conversão e à obediência, e esperam que Deus lhes conceda o regresso à pátria.
Desde o século IX ª C., aparecem os profetas, que falam ao povo de Israel em nome de Deus. Denunciam a conduta indigna, a injustiça e a impiedade de muitos israelitas, e exortam à conversão. Insistem constantemente no fato de que Deus não se despreende do destino do homem. Deus se interessa pelo homem e ajuda especialmente aquele que está humilhado e oprimido.
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(Cf. A Bíblia do jovem, Editoral Verbo Divino, pp.7-8)
